RS vai mapear relevo com tecnologia de ponta para prevenir desastres ambientais

08/01/2025

02:08:01 PM

Estado

Foto: Reprodução/Ibtopografia


Edital prevê uso de sensores a laser embarcados em aeronaves para levantamento detalhado do terreno em áreas ainda não cobertas pelo governo federal


O governo do Rio Grande do Sul abriu licitação para contratar uma empresa especializada em mapeamento topográfico por meio de tecnologia LiDAR — sistema de sensoriamento remoto a laser usado para gerar modelos digitais de relevo com alta precisão. O edital foi publicado nesta terça-feira (29) pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).


O levantamento vai abranger parte do território estadual, com foco nas regiões Oeste e no Litoral Norte, complementando estudos já em andamento pelo governo federal na porção Leste do estado. A iniciativa faz parte das ações do Plano Rio Grande, programa criado após os desastres climáticos de 2024 para fortalecer a capacidade de resposta do estado a eventos extremos, como inundações e deslizamentos.


Segundo o governo, o material obtido com o uso de LiDAR servirá como base para diversos planejamentos, incluindo a reconstrução de áreas atingidas por enchentes, definição de zonas de risco, modelagens hidrológicas e novos planos de ocupação urbana.



Mapeamento para prevenção


O projeto prevê a geração de dois tipos de modelos digitais: o de Terreno (MDT), que representa o relevo natural sem interferências, e o de Superfície (MDS), que inclui construções e vegetação. Ambos são considerados essenciais para o aprimoramento de sistemas de alerta, planos de contingência e para a gestão integrada dos recursos hídricos.


A padronização técnica seguirá os critérios definidos pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), garantindo compatibilidade entre os dados estaduais e federais.



Complemento a outros estudos


O mapeamento terrestre será integrado a levantamentos batimétricos que já estão em execução em rios de grande porte do estado. Esses estudos medem a profundidade dos rios e identificam alterações no leito, como acúmulo de sedimentos, que impactam diretamente a dinâmica das cheias.


A contratação do serviço será financiada com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). A previsão do governo é que os dados produzidos ajudem a embasar decisões estratégicas para reduzir os impactos de eventos climáticos cada vez mais frequentes.

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