Museu do Doce celebra 44 anos da Cooperativa das Doceiras com nova exposição

07/10/2025

04:59:01 PM

CIDADE

Foto: Emanuelle Vilasbôa 


Julho chegou, e com ele o aroma açucarado toma conta das ruas de Pelotas. O Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) abre suas portas para uma homenagem especial: uma exposição dedicada aos 44 anos da Cooperativa das Doceiras. A mostra celebra a trajetória da entidade pioneira, que desempenhou papel fundamental na valorização e na divulgação da tradição doceira local.


Com curadoria cuidadosa e fruto de extensa pesquisa, a exposição apresenta documentos, imagens, objetos e relatos que resgatam a memória e a atuação da cooperativa, reunindo doceiras e doceiros comprometidos com a preservação cultural.


Segundo a equipe do museu, esta é a primeira vez que o espaço dedica uma mostra exclusivamente à Cooperativa das Doceiras. “É uma justa homenagem a uma entidade tão importante, que desbravou território e contribuiu enormemente para que a tradição doceira se tornasse símbolo da cidade”, afirma Nóris Leal, coordenadora do Museu do Doce.


A exposição foi criada com o propósito de manter viva a tradição doceira de Pelotas e ampliar sua visibilidade. A Cooperativa das Doceiras, ao longo de seus 44 anos, foi responsável por conquistas marcantes. A partir de sua atuação, as doceiras passaram a participar ativamente da Fenadoce, fornecendo seus produtos para as primeiras edições do evento e liderando a criação da Rua do Doce — que, inicialmente era itinerante, e que posteriormente se tornou um espaço fixo e significativo da cultura local.


Para Helenira Brasil, assessora do gabinete da vice-prefeita Daniela Brizolara, a mostra tem um papel essencial na valorização da identidade pelotense: “Este momento valoriza a identidade de Pelotas. Quando falamos em doces, é importante lembrar que boa parte da cidade foi construída a partir desse saber. Ao apresentar essa trajetória no museu, temos a oportunidade de contar não apenas a história de Pelotas, mas também de revelar nossas raízes ligadas à tradição doceira — que têm influências tanto africanas quanto portuguesas.”


Nóris também explica que além dos doces finos, as cooperadas e os cooperados também preservam a produção dos tradicionais doces de fruta, igualmente essenciais para a identidade gastronômica da região. A exposição busca mostrar que a tradição vai muito além do que se vê durante a fenadoce. “Nosso compromisso é apresentar novos aspectos dessa herança cultural, revelando aos pelotenses e turistas que existe um universo muito mais amplo a ser conhecido”, destaca. 


Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, o doce de Pelotas ganha, com esta exposição, um novo capítulo de reconhecimento e valorização. “Estamos destacando as pioneiras nessa luta pela preservação da tradição. É fundamental que as novas gerações também se envolvam e deem continuidade a esse legado”, reforça a Nóris.


A mostra abriu ao público no dia 9 de julho e permanecerá por período prolongado no Museu do Doce. A visitação é gratuita e aberta a todos os públicos.



Redação: Luísa Brito

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