Homem que atirou na cabeça de policial durante operação em Rio Grande vai a júri

10/27/2023

11:44:57 AM

GERAL

O Ministério Público do RS julgou na tarde desta quarta-feira a decisão de levar ao Tribunal do Júri o homem acusado por tentativa de homicídio de uma policial militar. O crime ocorreu em 1º de abril de 2022, durante um cumprimento de mandato. Laline Almeida Larratéa, na época com 36 anos, foi baleada de raspão na cabeça, e encaminhada para o hospital Santa Casa de Rio Grande ficando com sequelas neurológicas graves.

Ao analisar recurso do MP, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça tomou a decisão de forma unânime de levar em 1º grau ao Tribunal do Júri o homem acusado de seis tentativas de homicídio durante operação policial. “Quem atira na cabeça de uma pessoa tem intenção de matar, mesmo que esteja agindo em defesa própria, como alega a defesa. Quem tem que analisar o dolo é o Tribunal do Júri”, disse a procuradora de justiça Irene Soares Quadros ao destacar que a policial atingida não reconhece o marido e nem a filha atualmente.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri, Marcelo Tubino, entende como “relevante a decisão do Poder Judiciário, sensível à competência constitucional do Tribunal do Júri, devolvendo à sociedade o julgamento de tão grave caso

que, se não suficientemente combatido, novamente colocará em risco a segurança de agentes que dioturnamente trabalham para segurança de todos”. De acordo com o Ministério Público, a Justiça em Rio Grande havia desclassificado a denúncia de tentativa de homicídio para resistência e decidido pela soltura do réu. Os desembargadores mantiveram a liberdade provisória do réu.

Relembre o caso

Laline Almeida Larratéa foi atingida por uma bala de raspão na cabeça durante o cumprimento de 25 ordens judiciais, sendo 19 de busca e apreensão e outras cinco de prisão, da segunda fase da operação Bloqueio. O alvo era uma facção criminosa que atua no tráfico de drogas na região e liderada por um apenado da Penitenciária Estadual de Rio Grande. A policial civil foi atingida no momento em que um dos mandados estava sendo efetuado em uma residência.

O indivíduo que estava na casa deu três tiros, sendo preso em flagrante logo após acertar um dos disparos na agente. Integrante de uma facção, o homem justificou depois que pensava que um grupo rival estava invadindo a moradia, pois alegou que já tinham tentado matá-lo.

A policial civil ficou em coma na UTI da Santa Casa de Rio Grande por 15 dias. Laline ficou com sequelas após o tiro.


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