A luta por uma sociedade antirracista, sem preconceitos e intolerâncias, alicerçada no conhecimento e na valorização de culturas responsáveis por construir nossa história, é a principal bandeira levantada pela Mostra de Trabalhos Escolares sobre a Cultura Afroindígena e pela Feira de Culturas, promovidas pela Prefeitura. As exposições, abertas ao público segunda-feira, aglutinam centenas de obras produzidas por alunos de 23 escolas da rede de ensino – redações, pinturas, desenhos, esculturas, artesanato, entre outras ferramentas artísticas que assinalam a importância do respeito à pluralidade cultural.

A prefeita Paula Mascarenhas, professores e estudantes envolvidos com as produções acompanharam o lançamento da oitava edição da Mostra e da terceira Feira, no saguão do Paço Municipal, onde permanecem até dia 18 de novembro. Entre os temas presentes nos trabalhos, feitos em sala de aula ao longo do ano, estão a historicidade dos tambores de sopapo, a cultura afrobrasileira feminina e símbolos das culturas afro e indígena.

FEIRA de Culturas também é responsável por apresentar as obras de alunos do Município

RESPEITO E UNIÃO COMO RESPOSTAS  

“A luta contra o preconceito e pela igualdade devem ser nos 365 dias do ano; precisa estar no coração e na consciência das pessoas”, defendeu a prefeita, salientando a qualidade e beleza das obras, que retratam o respeito às diferenças, a ética e a fraternidade. Paula afirmou que o evento – já tradicional no Município – também anuncia a Semana da Consciência Negra 2019, com abertura marcada para hoje, às 18h, no Paço. O tema deste ano é #Resista! Injúria Racial é Crime.

“O ódio e a intolerância não levam a nada. O que constrói o país é a união e a capacidade de crescer e aprender a partir das diferenças. Este foi o melhor anúncio que a Semana poderia ter porque é feito com arte, educação e amor, e produzido por quem é o nosso futuro”, sustentou a prefeita.

Além das escolas do Município, também expõem trabalhos o Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura, a Escola Louis Braille e a Associação de Pais de Down de Pelotas (ApadPel). Na Feira das Culturas, presentes pesquisas sobre festas bolivianas e povos andinos, além da releitura de obras do artista uruguaio Carlos Paez Vilaró.

ÍCONES VIVOS E INESQUECÍVEIS

Nesta edição, a Mostra conta com o projeto Ícones Inesquecíveis – fôlder lançado em julho, que homenageia personalidades sob o enfoque da contribuição negra para a Pelotas da contemporaneidade. Os educandários, além de trabalharem com as figuras mencionadas no material, também foram estimuladas a reconhecer, em suas comunidades, ícones vivos que participam do dia a dia dessas instituições. O conteúdo foi feito pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, em parceria com a Prefeitura.

“Cumprimos o objetivo de fazer uma ponte entre aqueles que deixaram um legado e as crianças que representam o nosso futuro. Não apenas nesse momento, mas em todos os dias do ano, corroboramos a necessidade de pensarmos uma consciência que se debruce sobre aqueles grupos que são segregados”, salientou o presidente do Conselho, Fábio Gonçalves.

Sob esta perspectiva, a diretora da Escola de Ensino Fundamental (Emef) Bruno Chaves, Zelaine Sant’Ana, comentou que as atividades são essenciais para valorizar e respeitar as diferenças. O educandário, que participa da mostra há oito anos, envolveu os 82 alunos na produção das obras e destacou Nataniele Rodrigues como um ícone vivo da comunidade, no 9º distrito. Atualmente com 23 anos, a ex-aluna retornou à instituição de ensino para conversar com os estudantes a respeito da diversidade e do combate ao preconceito.

O Centro de Ação Social, Cultural e Educacional Odara apresentou-se na abertura do evento. O secretário de Cultura, Giorgio Ronna, e a assessora de Relações Institucionais e Gestão Estratégica, Clotilde Victória, também acompanharam a atividade.

Fonte: Diário da Manhã